De onde eu tiro tempo?
sem pretensão e sem tempo, aqui se escreve um pouco de tudo
sábado, 29 de agosto de 2015
terça-feira, 21 de abril de 2015
segunda-feira, 22 de dezembro de 2014
Cabeamento estruturado
Realizei um mini-curso em 2013 com uma introdução ao cabeamento estruturado e automação residencial, voltado para engenheiros. Algumas normas podem ter mudado mas serve como um guia de estudos...
terça-feira, 14 de outubro de 2014
Aplicativo do III WEECE
Em tempos de smartphones e conexões ubiquas (tudo está conectado o tempo todo!) a comissão organizadora do III Workshop da Escola de Engenharia e Ciências Exatas, lança o aplicativo para Android oficial do evento, com toda a programação disponível para orientar os participantes e que trabalha em modo off-line também (caso a conexão não esteja disponível).
O aplicativo está disponível na Google Play!
O aplicativo está disponível na Google Play!
Ou baixe direto do seu dispositivo com o QRcode:
terça-feira, 9 de setembro de 2014
quarta-feira, 20 de agosto de 2014
terça-feira, 11 de março de 2014
Abate de Jumentos para alimentação escolar e de apenados
Recentemente foi noticiado na grande imprensa (portal g1) e em muitos blogs da região que está se promovendo para o dia 13/03 um churrasco (visite-se o blog do Marcos Dantas) com carne de jumento, animais estes oriundos das coletas nas estradas da região.
Obviamente, deve-se ter atenção ao problema do animal solto nas estradas, é um problema sério, que tira vidas, mas um genocídio não é a solução, ainda mais quando o destino de uma carne que não passa pelos critérios de inspeção colocará em risco a saúde da população.
Em virtude disso a Unida – União Norte-rio-grandense de Instituições em Defesa dos Animais: Defesa da Natureza e dos Animais, Deixe Viver, Patamada, Amimais, Focinhos Felizes Potiguares, Veddas, Protetores independentes de todo o RN, assinam a carta aberta abaixo que expõe o contexto histórico do problema, aponta falhas na "solução" através do abate e deixa clara a necessidade de discussão mais profunda acerca do fato.
======================
Contexto histórico
Os jumentos são animais dóceis, amigáveis, calmos, muito paciente e fáceis de se manusear, inteligentes e até brincalhões; cautelosos mas ágeis em locais acidentados e de topografia irregular. São ansiosos para aprender e desfrutar da companhia dos humanos. A fama de teimosia provem de seu grande senso de autopreservação: é muito difícil forçá-los a realizar ações que ponham em risco sua integridade.
Com todas estas características, os asininos ocupam o espaço de animal de escolha para trabalho em áreas difíceis, seja pelo clima, pela escassez de alimento e água e pela topografia acidentada. O jumento nordestino é reconhecido em prosa e verso, é figura sempre constante nas narrativas dos historiadores como personagens importantes na história do Nordeste, como o Padre Vieira, Zé Clementino, Patativa do Assaré e Luiz Gonzaga. Habitando de fábulas aos textos sagrados, das músicas dos Mamonas Assassinas aos esquetes de Renato Aragão e Chico Anísio, todos, sem exceção ressaltam seu valor e sua contribuição, não só o desenvolvimento mas para a sua sobrevivência da região. Luiz Gonzaga expressou de forma simples mas exata o sentimento do sertanejo pelo jumento: “O jumento é nosso irmão!”.
O Governo Federal do Brasil criou a Lei Nº 7.291, de 19 de dezembro de 1984, que determina como a exploração das atividades com equídeos deve ser realizada. Determina-se no artigo 18, que o “abate eqüídeos para fins industriais e comerciais somente pode ser realizado em estabelecimentos sob inspeção federal”. A mesma Lei gera medidas protecionistas no caso de abate acima da capacidade da população, no parágrafo único do artigo 18. Diante desta e de outras ações protecionistas, diversos abatedouros foram fechados. Acredita-se, que alguns abriram seus currais, liberando todo o rebanho à própria sorte, fazendo com que os animais buscassem a sobrevivência sem nenhum suporte, originando muitos dos animais que vemos hoje abandonados.
Esta população, agora errante, tornou-se personagem de acidentes de trânsito, especialmente do Nordeste do Brasil. Em 2012, nas estradas Federais do Rio Grande do Norte foram 159 acidentes com 6 pessoas mortas (dados obtidos através do Serviço de Informação ao Cidadão da Polícia Rodoviária Federal). Os planos em execução para minimizar estes incidentes consideram sempre diminuir a população errante pela sua captura, mas enfrentam os grandes dilemas de dar o destino apropriado aos animais e de como manter o crescimento populacional sob controle.
Em 2012 o estado do Rio Grande do Norte chegou à assinar um protocolo de intenções com o governo da China para exportação de jumentos vivos e produtos industrializados, protocolo que não foi cumprido.
Contexto Atual
Contudo, readmitir a produção e o consumo de carne de jumento como forma de eliminar as populações errantes invoca uma série de falhas conceituais, técnicas e legais. O problema do alto número de jumentos soltos nas estradas não será solucionado com um genocídio, ato famigerado e comparável às atrocidades nazistas.
Em primeiro lugar, os animais errantes e recolhidos das estradas pelas autoridades ao serem levados para abrigos temporários, não costumam passar por quarentena, exames laboratoriais, ou qualquer outro procedimento veterinário que garanta a sanidade dos animais recolhidos. Estes animais, muitos deles selvagens ou semi-selvagens, por vezes, nunca foram submetidos a qualquer tipo de averiguação de sua saúde, de modo que estando doentes levam estas doenças ao grupo já preso; estando sadios adquirem doenças do grupo já preso. No caso dos animais presos em Apodi, não há informações acerca destes procedimentos, assim como não há informações acerca dos responsáveis técnicos que realizam estes procedimentos. Há informações de que professores da UFERSA visitaram o local e atestaram sanidade dos animais mas não se tornou público o relatório desta visita.
Em segundo lugar, o Regulamento de Inspeção Industrial de Produtos de Origem Animal e outras normas e leis determinam especificamente como deve ocorrer a manutenção dos animais, a inspeção ante e post-mortem, que profissional está habilitado para realizar esta atividade, e quais são as condições para o funcionamento para o abatedouro. Deve-se confirmar se na região de Apodi há abatedouros que atendam às condições de abate de equídeos e deve tornar-se público qual o veterinário responsável pela inspeção dos animais.
Levar a carne de animais sem avaliação veterinária e sem abate apropriado ao consumo humano, inclusive na merenda escolar e na alimentação de detentos sob a responsabilidade do estado, significa expor estas pessoas a doenças graves como tuberculose (que pode levar à morte), mormo (que pode levar à morte), raiva (não tem cura), brucelose (que leva à esterilidade), carbúnculo (que pode levar à morte), botulismo (que pode levar à morte) dentre outras. É possível afirmar que aqueles animais possuem estas doenças? de forma alguma sem os exames laboratoriais apropriados. É possível afirmar numa visita ou numa consulta clínica, por melhor e mais especializado que seja o profissional veterinário, que estes animais errantes e que nunca possuíram acompanhamento veterinário, são sadios? Isto também é impossível.
Os animais capturados estão sob a tutela do Estado e sob esta tutela deveriam ter sua saúde, alimentação, enfim sua vida, resguardadas. Contrariamente, a promotoria propõe a morte dos animais como solução para todos os males. O Estado capturou os animais e apoiou a criação da chamada Associação de Proteção aos Animais de Apodi (APAA). Quão moralmente contraditório não é ver, agora, os responsáveis por esta entidade virem propor o assassinato em massa destes animais como caminho, a Solução Final?
A exploração econômica do jumento como fonte de carne não é viável pois a maturidade dos animais é lenta portanto antieconômica. A manutenção de abatedouros específicos é cara e incompatível com a realidade da maior parte dos municípios do Brasil que não possuem abatedouros públicos ou privados e toda a carne é advinda de abate ilegal e sem condições de higiene previstas em leis. A carne de jumento já foi amplamente consumida no país e deixou de ser por ser antieconômica e por não ter aceitação no mercado brasileiro.
Para além do risco à saúde humana, da inviabilidade econômica da exploração destes animais e quaisquer outros argumentos pautados em benefícios para humanos, os jumentos, assim como todos os animais, devem ter respeitados os seus direitos à vida, liberdade e integridades física e psicológica.
O controle desta população deve ser resultado de um trabalho integrado das autoridades, responsabilização de “proprietários” que abandonam os animais e de controle da população errante por métodos contraceptivos. Não existe politica pública de sucesso no mundo, que não tenha usado um método contraceptivo.
Não existe solução mágica.
======================
Se a carta técnica e formal não é capaz de expressar toda a indignação da sociedade as palavras do poeta Jadson Xavier talvez o possam:
ARREPARE MEU PADIM CIÇO
ESSA NOVA INVENÇÃO
UM DOUTOR MAGISTRADO
PROPÕE UMA REFEIÇÃO
NO MENU TEM JUMENTO
PARA QUEM É DETENTO
VIVENDO NA PRISÃO
SINTO PENA DE LUIZ
NOSSO ETERNO GONZAGÃO
QUE JÁ DIZIA OUTRORA
"O JUMENTO É NOSSO IRMÃO"
NA COVA VAI REVIRAR
QUANDO O JEGUE VIRAR
DE PRESO ALIMENTAÇÃO
VOU FALAR COM RESPEITO
AO NOBRE MAGISTRADO
JUMENTO MERECE RESPEITO
POR JESUS TER CARREGADO
NA VIAGEM A JERUSALÉM
MARCAS NO LOMBO ELE TEM
PELA CRIANÇA TER MIJADO
TUDO QUEREM FAZER
PARA DO JEGUE SE LIVRAR
JÁ QUISERAM ATÉ VENDER
PARA CHINA EXPORTAR
AGORA FAZER REFEIÇÃO
DO JEGUE DO SERTÃO
ISSO EU NUNCA OUVI FALAR
PARA O NOSSO POVO
O JUMENTO É CULTURA
NÃO PODEMOS PERMITIR
QUE AGORA VIRE MISTURA
PARA PRESO NAS PRISÕES
COMO SE FOSSEM LEÕES
ROGANDO POR FARTURA
DOUTOR NÃO VENHA COM ESSA
"DE UMA BOA ALIMENTAÇÃO"
--O SENHOR POR UM ACASO
COMERIA EM CASA O GIRICÃO?
--COMO ALIMENTO DO DIA
SERÁ QUE VOCÊ FARIA
JUMENTO PARA REFEIÇÃO?
NEM ESSES VETERINÁRIOS
COMERIA ESSA IGUÁRIA
NEM PREFEITO E VEREADOR
COMER DO JEGUE QUERIA
FICANDO ASSIM O JUMENTO
SOMENTE PARA O DETENDO
COMER NO DIA A DIA
AGORA ME PERMITA FALAR
NOBRE DOUTOR MAGISTRADO
O QUE ESTÁ EXISTINDO
É UM PAÍS DESGOVERNADO
SEM NENHUMA PROJEÇÃO
SEJA QUAL FOR A SITUAÇÃO
TÁ TUDO DESMANTELADO
O PROBLEMA DO JUMENTO
É FÁCIL DE RESOLVER
FAZENDO A CASTRAÇÃO
DO MACHO QUE APREENDER
FAZENDO A VASECTOMIA
A FÊMEA NÃO DAVA CRIA
TENDO SEU FIM AO MORRER
QUERO DEIXAR BEM CLARO
QUE DESCORDO DO SENHOR
DESSA IDEIA ABSURDA
DA CABEÇA DO DOUTOR
O POVO VAI SE REVOLTAR
NO SERTÃO NÃO SE PODE MATAR
O JUMENTO QUE NOS CRIOU
ISSO MESMO SEU DOUTOR
CRIOU O SENHOR TAMBÉM
CARREGANDO ÁGUA NO LOMBO
SEM GANHAR UM VINTÉM
A COLHEITA DO ROÇADO
PELO JEGUE ERA LEVADO
NUM ESTAFANTE VAIVÉM
AINDA AQUI NO SERTÃO
O JUMENTO CAMBITEIRO
CARREGAVA NOS CAÇOAR
A FARINHA DO BREJEIRO
DO ENGENHO A RAPADURA
E MESMO NA QUENTURA
TRABALHAVA O DIA INTEIRO
POR ISSO VOSSA INSELENSA
ME ADISCURPE POR FAVOR
MAIS VOU GRITAR FEITO A PESTE
CONTRA A INDEIA DO DOUTOR
VOISMICÊ QUER VER O POVO FEROZ
MATE UM JEGUE AQUI DE NÓS
SEJA GOVERNO, OU QUEM FOR
O JEGUE É ABENÇOADO
ATÉ POR CRISTO FOI MONTADO
DEVE SER DEFENDIDO COM FERVOR
Obviamente, deve-se ter atenção ao problema do animal solto nas estradas, é um problema sério, que tira vidas, mas um genocídio não é a solução, ainda mais quando o destino de uma carne que não passa pelos critérios de inspeção colocará em risco a saúde da população.
Em virtude disso a Unida – União Norte-rio-grandense de Instituições em Defesa dos Animais: Defesa da Natureza e dos Animais, Deixe Viver, Patamada, Amimais, Focinhos Felizes Potiguares, Veddas, Protetores independentes de todo o RN, assinam a carta aberta abaixo que expõe o contexto histórico do problema, aponta falhas na "solução" através do abate e deixa clara a necessidade de discussão mais profunda acerca do fato.
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Contexto histórico
Os jumentos são animais dóceis, amigáveis, calmos, muito paciente e fáceis de se manusear, inteligentes e até brincalhões; cautelosos mas ágeis em locais acidentados e de topografia irregular. São ansiosos para aprender e desfrutar da companhia dos humanos. A fama de teimosia provem de seu grande senso de autopreservação: é muito difícil forçá-los a realizar ações que ponham em risco sua integridade.
Com todas estas características, os asininos ocupam o espaço de animal de escolha para trabalho em áreas difíceis, seja pelo clima, pela escassez de alimento e água e pela topografia acidentada. O jumento nordestino é reconhecido em prosa e verso, é figura sempre constante nas narrativas dos historiadores como personagens importantes na história do Nordeste, como o Padre Vieira, Zé Clementino, Patativa do Assaré e Luiz Gonzaga. Habitando de fábulas aos textos sagrados, das músicas dos Mamonas Assassinas aos esquetes de Renato Aragão e Chico Anísio, todos, sem exceção ressaltam seu valor e sua contribuição, não só o desenvolvimento mas para a sua sobrevivência da região. Luiz Gonzaga expressou de forma simples mas exata o sentimento do sertanejo pelo jumento: “O jumento é nosso irmão!”.
O Governo Federal do Brasil criou a Lei Nº 7.291, de 19 de dezembro de 1984, que determina como a exploração das atividades com equídeos deve ser realizada. Determina-se no artigo 18, que o “abate eqüídeos para fins industriais e comerciais somente pode ser realizado em estabelecimentos sob inspeção federal”. A mesma Lei gera medidas protecionistas no caso de abate acima da capacidade da população, no parágrafo único do artigo 18. Diante desta e de outras ações protecionistas, diversos abatedouros foram fechados. Acredita-se, que alguns abriram seus currais, liberando todo o rebanho à própria sorte, fazendo com que os animais buscassem a sobrevivência sem nenhum suporte, originando muitos dos animais que vemos hoje abandonados.
Esta população, agora errante, tornou-se personagem de acidentes de trânsito, especialmente do Nordeste do Brasil. Em 2012, nas estradas Federais do Rio Grande do Norte foram 159 acidentes com 6 pessoas mortas (dados obtidos através do Serviço de Informação ao Cidadão da Polícia Rodoviária Federal). Os planos em execução para minimizar estes incidentes consideram sempre diminuir a população errante pela sua captura, mas enfrentam os grandes dilemas de dar o destino apropriado aos animais e de como manter o crescimento populacional sob controle.
Em 2012 o estado do Rio Grande do Norte chegou à assinar um protocolo de intenções com o governo da China para exportação de jumentos vivos e produtos industrializados, protocolo que não foi cumprido.
Contexto Atual
Contudo, readmitir a produção e o consumo de carne de jumento como forma de eliminar as populações errantes invoca uma série de falhas conceituais, técnicas e legais. O problema do alto número de jumentos soltos nas estradas não será solucionado com um genocídio, ato famigerado e comparável às atrocidades nazistas.
Em primeiro lugar, os animais errantes e recolhidos das estradas pelas autoridades ao serem levados para abrigos temporários, não costumam passar por quarentena, exames laboratoriais, ou qualquer outro procedimento veterinário que garanta a sanidade dos animais recolhidos. Estes animais, muitos deles selvagens ou semi-selvagens, por vezes, nunca foram submetidos a qualquer tipo de averiguação de sua saúde, de modo que estando doentes levam estas doenças ao grupo já preso; estando sadios adquirem doenças do grupo já preso. No caso dos animais presos em Apodi, não há informações acerca destes procedimentos, assim como não há informações acerca dos responsáveis técnicos que realizam estes procedimentos. Há informações de que professores da UFERSA visitaram o local e atestaram sanidade dos animais mas não se tornou público o relatório desta visita.
Em segundo lugar, o Regulamento de Inspeção Industrial de Produtos de Origem Animal e outras normas e leis determinam especificamente como deve ocorrer a manutenção dos animais, a inspeção ante e post-mortem, que profissional está habilitado para realizar esta atividade, e quais são as condições para o funcionamento para o abatedouro. Deve-se confirmar se na região de Apodi há abatedouros que atendam às condições de abate de equídeos e deve tornar-se público qual o veterinário responsável pela inspeção dos animais.
Levar a carne de animais sem avaliação veterinária e sem abate apropriado ao consumo humano, inclusive na merenda escolar e na alimentação de detentos sob a responsabilidade do estado, significa expor estas pessoas a doenças graves como tuberculose (que pode levar à morte), mormo (que pode levar à morte), raiva (não tem cura), brucelose (que leva à esterilidade), carbúnculo (que pode levar à morte), botulismo (que pode levar à morte) dentre outras. É possível afirmar que aqueles animais possuem estas doenças? de forma alguma sem os exames laboratoriais apropriados. É possível afirmar numa visita ou numa consulta clínica, por melhor e mais especializado que seja o profissional veterinário, que estes animais errantes e que nunca possuíram acompanhamento veterinário, são sadios? Isto também é impossível.
Os animais capturados estão sob a tutela do Estado e sob esta tutela deveriam ter sua saúde, alimentação, enfim sua vida, resguardadas. Contrariamente, a promotoria propõe a morte dos animais como solução para todos os males. O Estado capturou os animais e apoiou a criação da chamada Associação de Proteção aos Animais de Apodi (APAA). Quão moralmente contraditório não é ver, agora, os responsáveis por esta entidade virem propor o assassinato em massa destes animais como caminho, a Solução Final?
A exploração econômica do jumento como fonte de carne não é viável pois a maturidade dos animais é lenta portanto antieconômica. A manutenção de abatedouros específicos é cara e incompatível com a realidade da maior parte dos municípios do Brasil que não possuem abatedouros públicos ou privados e toda a carne é advinda de abate ilegal e sem condições de higiene previstas em leis. A carne de jumento já foi amplamente consumida no país e deixou de ser por ser antieconômica e por não ter aceitação no mercado brasileiro.
Para além do risco à saúde humana, da inviabilidade econômica da exploração destes animais e quaisquer outros argumentos pautados em benefícios para humanos, os jumentos, assim como todos os animais, devem ter respeitados os seus direitos à vida, liberdade e integridades física e psicológica.
O controle desta população deve ser resultado de um trabalho integrado das autoridades, responsabilização de “proprietários” que abandonam os animais e de controle da população errante por métodos contraceptivos. Não existe politica pública de sucesso no mundo, que não tenha usado um método contraceptivo.
Não existe solução mágica.
Unida – União Norte-rio-grandense de Instituições em Defesa dos Animais:
Defesa da Natureza e dos Animais Deixe Viver Patamada Veddas
Protetores independentes de todo o RN Amimais Focinhos Felizes Potiguares
======================
Se a carta técnica e formal não é capaz de expressar toda a indignação da sociedade as palavras do poeta Jadson Xavier talvez o possam:
ARREPARE MEU PADIM CIÇO
ESSA NOVA INVENÇÃO
UM DOUTOR MAGISTRADO
PROPÕE UMA REFEIÇÃO
NO MENU TEM JUMENTO
PARA QUEM É DETENTO
VIVENDO NA PRISÃO
SINTO PENA DE LUIZ
NOSSO ETERNO GONZAGÃO
QUE JÁ DIZIA OUTRORA
"O JUMENTO É NOSSO IRMÃO"
NA COVA VAI REVIRAR
QUANDO O JEGUE VIRAR
DE PRESO ALIMENTAÇÃO
VOU FALAR COM RESPEITO
AO NOBRE MAGISTRADO
JUMENTO MERECE RESPEITO
POR JESUS TER CARREGADO
NA VIAGEM A JERUSALÉM
MARCAS NO LOMBO ELE TEM
PELA CRIANÇA TER MIJADO
TUDO QUEREM FAZER
PARA DO JEGUE SE LIVRAR
JÁ QUISERAM ATÉ VENDER
PARA CHINA EXPORTAR
AGORA FAZER REFEIÇÃO
DO JEGUE DO SERTÃO
ISSO EU NUNCA OUVI FALAR
PARA O NOSSO POVO
O JUMENTO É CULTURA
NÃO PODEMOS PERMITIR
QUE AGORA VIRE MISTURA
PARA PRESO NAS PRISÕES
COMO SE FOSSEM LEÕES
ROGANDO POR FARTURA
DOUTOR NÃO VENHA COM ESSA
"DE UMA BOA ALIMENTAÇÃO"
--O SENHOR POR UM ACASO
COMERIA EM CASA O GIRICÃO?
--COMO ALIMENTO DO DIA
SERÁ QUE VOCÊ FARIA
JUMENTO PARA REFEIÇÃO?
NEM ESSES VETERINÁRIOS
COMERIA ESSA IGUÁRIA
NEM PREFEITO E VEREADOR
COMER DO JEGUE QUERIA
FICANDO ASSIM O JUMENTO
SOMENTE PARA O DETENDO
COMER NO DIA A DIA
AGORA ME PERMITA FALAR
NOBRE DOUTOR MAGISTRADO
O QUE ESTÁ EXISTINDO
É UM PAÍS DESGOVERNADO
SEM NENHUMA PROJEÇÃO
SEJA QUAL FOR A SITUAÇÃO
TÁ TUDO DESMANTELADO
O PROBLEMA DO JUMENTO
É FÁCIL DE RESOLVER
FAZENDO A CASTRAÇÃO
DO MACHO QUE APREENDER
FAZENDO A VASECTOMIA
A FÊMEA NÃO DAVA CRIA
TENDO SEU FIM AO MORRER
QUERO DEIXAR BEM CLARO
QUE DESCORDO DO SENHOR
DESSA IDEIA ABSURDA
DA CABEÇA DO DOUTOR
O POVO VAI SE REVOLTAR
NO SERTÃO NÃO SE PODE MATAR
O JUMENTO QUE NOS CRIOU
ISSO MESMO SEU DOUTOR
CRIOU O SENHOR TAMBÉM
CARREGANDO ÁGUA NO LOMBO
SEM GANHAR UM VINTÉM
A COLHEITA DO ROÇADO
PELO JEGUE ERA LEVADO
NUM ESTAFANTE VAIVÉM
AINDA AQUI NO SERTÃO
O JUMENTO CAMBITEIRO
CARREGAVA NOS CAÇOAR
A FARINHA DO BREJEIRO
DO ENGENHO A RAPADURA
E MESMO NA QUENTURA
TRABALHAVA O DIA INTEIRO
POR ISSO VOSSA INSELENSA
ME ADISCURPE POR FAVOR
MAIS VOU GRITAR FEITO A PESTE
CONTRA A INDEIA DO DOUTOR
VOISMICÊ QUER VER O POVO FEROZ
MATE UM JEGUE AQUI DE NÓS
SEJA GOVERNO, OU QUEM FOR
O JEGUE É ABENÇOADO
ATÉ POR CRISTO FOI MONTADO
DEVE SER DEFENDIDO COM FERVOR
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